quinta-feira, 23 de julho de 2009

Mineradoras ameaçam organizações sociais e indígenas da Amazônia

Indígenas e movimentos sociais contrários à mineração são constantemente ameaçados por mineradoras. Isso foi o que denunciaram os povos amazônicos durante o Encontro do Observatório de Conflitos Mineiros da América Latina (OCMAL), ocorrido entre os dias 3 e 5 de julho, em Quito, no Equador.

Na ocasião, os participantes discutiram sobre as atividades mineiras e os graves danos ambientais e sociais que causam as transnacionais instaladas nas áreas amazônicas. Além disso, fortaleceram a luta contra as mineradoras e garantiram a solidariedade aos povos e às comunidades que sofrem com os impactos dessas atividades.

Segundo o documento final do evento, os representantes pediram às autoridades que trabalhem contra a impunidade e em defesa do meio ambiente e das comunidades prejudicadas pelas atividades mineiras. "Pedimos às autoridades do governo boliviano que protejam os direitos e a segurança de nossos irmãos de CEPA [Centro de Ecologia e Povos Andinos] de Oruro, na Bolívia, membros do OCMAL que, por defender os direitos das comunidades afetadas pelas atividades mineiras, hoje são vítimas do castigo de setores mineiros mobilizados para atacar", afirma o texto.

Ademais, rechaçaram "a restrição de liberdades democráticas e os processos de criminalização cada vez mais estendidos em nossos países para expandir as indústrias extrativas, o que está levando cada vez mais pessoas denunciadas, presas, assassinadas ou desaparecidas".

O evento reuniu representantes de organizações sociais, comunidades indígenas e comunidades eclesiais de base de: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, El Salvador, Equador, Guatemala, Honduras, México e Peru. Na oportunidade, ainda aproveitaram para rechaçar os ataques ocorridos no início de junho contra os indígenas peruanos e para repudiar o golpe de Estado em Honduras.

"Reafirmamos nossas convicções e valores para construir um mundo mais justo e lutar pelo direito ao bom viver que temos aprendido de nossos irmãos indígenas e anunciamos que seguiremos fortalecendo a solidariedade entre nossos povos e organizações para construir um mundo social e ecologicamente justo", concluem.

Fonte>>>Amazonia.org

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