Na manhã desta quinta-feira (01 jul. 2009), um grupo de pessoas formado por moradores do bairro do Laguinho e membros da FDA compareceu ao Ministério Público Federal para levar ao denunciar aos Procuradores da República as mais novas práticas ilegais e arbitrárias da empresa Cargill na área do porto de Santarém.
Os representantes da associação de moradores do Laguinho foram informados, em uma reunião “quase secreta”, pelo gerente da Companhia Docas do Pará (CDP), Celso Lima e pela arqueóloga Denise Schann, que a área da Vera Paz seria ocupada a partir deste dia 01 de julho por uma equipe de pesquisadores que dariam início aos trabalhos preparatórios para as escavações de “salvamento” dos artefatos existentes no lugar e, por este motivo, os moradores não poderiam mais utilizar a área para suas atividades de lazer. Anunciaram também, na oportunidade, que após os trabalhos arqueológicos, toda área da Vera Paz seria destruída para dar lugar à obras de ampliação das instalações da Cargill, um grande estacionamento para as carretas abarrotadas de soja e para um enorme silo com capacidade para armazenar cerca de 90 toneladas de grãos. A equipe de estudiosos, obviamente, também recebe financiamentos da multinacional para realizar seus trabalhos de “salvamento”.
A Vera Paz, como os santarenos bem sabem, para além de ser um sítio arqueológico, é um patrimônio histórico e cultural do povo. O lugar é usado regularmente por milhares de pessoas em torneios esportivos, em atividades de recreação escolares, em promoções beneficentes da comunidade, enfim, trata-se de um dos únicos e últimos locais de interação e reforço dos laços de solidariedade social no espaço urbano. E tudo isto corre o risco de acabar do dia pra noite. “Aí sim é que o Laguinho vai acabar de vez” – afirmou (Lucélia), moradora e membro da associação do bairro. E tudo isso em benefício de quem? Do povo do Laguinho? Dos estudantes do colégio Pedro Álvares Cabral? Dos poetas que cantaram uma Vera Paz se tornará concreto?
Para a FDA, está claro que a CDP, que se intitula “dona” do lugar e que prometeu cercar a Vera Paz com seguranças armados, não está interessada na preservação dos vestígios arqueológicos das sociedades amazônicas, mas sim em garantir os interesses da Cargill de quem recebe grandes quantias em dinheiro pelo arrendamento da área. Eis a grande beneficiada com a expulsão do povo da Vera Paz, com as escavações da Dra. Schann – que parece interessada mesmo em receber financiamento para suas pesquisas, venha o dinheiro de onde vier! –, com a futura destruição dos bosques, da praia que ainda resta, da memória e da cultura local.
Ela mesma, a Cargill. A multinacional da exportação de grãos que se instalou ilegalmente na região através da força econômica e da estratégia do fato consumado e que foi condenada pela justiça a apresentar um Estudo “Prévio” de Impacto Ambiental quase 10 anos depois de sua instalação! Até hoje esse estudo não foi apresentado e não foi realizada audiência pública com a sociedade, mas isto não é um obstáculo para que a empresa continue trabalhando eficientemente por seus interesses. Já que a Cargill, ela mesma, não pode abertamente escorraçar o povo da área e construir o que ainda quer ao arrepio da lei, por estar acossada por uma sentença judicial, financia quem o faça, se associa com outros que tenham interesses convergentes, faz acordos.
Mas o povo está atento! Não vai ficar só assistindo seus direitos fundamentais ao meio ambiente e à paisagem, à cultura, ao patrimônio histórico e ao lazer serem desrespeitados, inclusive com o aval da Prefeitura Municipal que se pôs, ao lado da Cargill e da CDP, a financiar estes trabalhos arqueológicos sem qualquer consulta à população e sem qualquer publicidade. Qualquer coisa feita assim, na calada da noite, debaixo dos panos, deve ser objeto de desconfiança.
Os representantes da associação de moradores do Laguinho foram informados, em uma reunião “quase secreta”, pelo gerente da Companhia Docas do Pará (CDP), Celso Lima e pela arqueóloga Denise Schann, que a área da Vera Paz seria ocupada a partir deste dia 01 de julho por uma equipe de pesquisadores que dariam início aos trabalhos preparatórios para as escavações de “salvamento” dos artefatos existentes no lugar e, por este motivo, os moradores não poderiam mais utilizar a área para suas atividades de lazer. Anunciaram também, na oportunidade, que após os trabalhos arqueológicos, toda área da Vera Paz seria destruída para dar lugar à obras de ampliação das instalações da Cargill, um grande estacionamento para as carretas abarrotadas de soja e para um enorme silo com capacidade para armazenar cerca de 90 toneladas de grãos. A equipe de estudiosos, obviamente, também recebe financiamentos da multinacional para realizar seus trabalhos de “salvamento”.
A Vera Paz, como os santarenos bem sabem, para além de ser um sítio arqueológico, é um patrimônio histórico e cultural do povo. O lugar é usado regularmente por milhares de pessoas em torneios esportivos, em atividades de recreação escolares, em promoções beneficentes da comunidade, enfim, trata-se de um dos únicos e últimos locais de interação e reforço dos laços de solidariedade social no espaço urbano. E tudo isto corre o risco de acabar do dia pra noite. “Aí sim é que o Laguinho vai acabar de vez” – afirmou (Lucélia), moradora e membro da associação do bairro. E tudo isso em benefício de quem? Do povo do Laguinho? Dos estudantes do colégio Pedro Álvares Cabral? Dos poetas que cantaram uma Vera Paz se tornará concreto?
Para a FDA, está claro que a CDP, que se intitula “dona” do lugar e que prometeu cercar a Vera Paz com seguranças armados, não está interessada na preservação dos vestígios arqueológicos das sociedades amazônicas, mas sim em garantir os interesses da Cargill de quem recebe grandes quantias em dinheiro pelo arrendamento da área. Eis a grande beneficiada com a expulsão do povo da Vera Paz, com as escavações da Dra. Schann – que parece interessada mesmo em receber financiamento para suas pesquisas, venha o dinheiro de onde vier! –, com a futura destruição dos bosques, da praia que ainda resta, da memória e da cultura local.
Ela mesma, a Cargill. A multinacional da exportação de grãos que se instalou ilegalmente na região através da força econômica e da estratégia do fato consumado e que foi condenada pela justiça a apresentar um Estudo “Prévio” de Impacto Ambiental quase 10 anos depois de sua instalação! Até hoje esse estudo não foi apresentado e não foi realizada audiência pública com a sociedade, mas isto não é um obstáculo para que a empresa continue trabalhando eficientemente por seus interesses. Já que a Cargill, ela mesma, não pode abertamente escorraçar o povo da área e construir o que ainda quer ao arrepio da lei, por estar acossada por uma sentença judicial, financia quem o faça, se associa com outros que tenham interesses convergentes, faz acordos.
Mas o povo está atento! Não vai ficar só assistindo seus direitos fundamentais ao meio ambiente e à paisagem, à cultura, ao patrimônio histórico e ao lazer serem desrespeitados, inclusive com o aval da Prefeitura Municipal que se pôs, ao lado da Cargill e da CDP, a financiar estes trabalhos arqueológicos sem qualquer consulta à população e sem qualquer publicidade. Qualquer coisa feita assim, na calada da noite, debaixo dos panos, deve ser objeto de desconfiança.
Um comentário:
O Documento da FDA é extramamente lúcido. E foi lúcida a participação de seus membros durante o seminário de arqueologia em Santarém que tratou do Tema. Foi e é imprecionante como a Professora Denise se sente ofendida quando a FDA ataca a Cargill. A FDA foi criada exatamente quando essa multinacional (acostumada a descumprir regras dos países por onde invade)chegou em Santarém.
Nossa luta é contra esse modelo predador do capital. A cargill é um ator deste modelo, e NÓS, que sentimos na pele o derespeito dessa multinacional não descansaremos lutando contra a Cargill e toda sua foram nefasta de atuação, comprando mentes e tentando negociar nossa história.Não, não vamso nos calar para essa empresa estrangeira que desrespeita nossas leis e o povo.
Não conheço a Professora Denise, mas pelo que ouvi falar é uma profissional muito competente (e deve ser mesmo, pois a Cargill sempre usou do seu poder econômico para contrar bons profissionais.É assim com os advogados que até hoje defendem seus crimes). O documento da FDA em nada fere o NOME da professora, mas sim o papel que se pretende prestar a cargill. E principalmente de atender uma necessidade da Cargill para ampliar seu monstro na Vera Paz.
Para nós amazonidas e santarenos é melhor ver nossos moradores usando aquela área para recreação do que ver aquela empresa estrangeira destruindo tudo por intereses economicos.
Fernando de Jesus
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