Um carro utilizado por fiscais do Ibama na Operação Terra Nova foi incendiado na Floresta Nacional Bom Futuro, onde desde meados de junho, as equipes realizam a autuação dos responsáveis por desmatamentos ilegais e embargo das áreas no interior da unidade de conservação. Uma carta ameaçando servidores do Ibama e do Instituto Chico Mendes foi enviada à Superintendência do Ibama em Porto Velho na semana passada, após o início das autuações.
Ambos os casos foram encaminhados à Polícia Federal para os procedimentos investigatórios. Segundo o superintendente do Ibama em Rondônia, César Guimarães, “isso é a prova do estado de anarquia que impera em Rondônia, todas as precauções necessárias e possíveis estão sendo tomadas.”
O coordenador geral de fiscalização do órgão, Bruno Barbosa, afirmou que “o Ibama não se intimida com gestos como esse, ao contrário, será mantida a presença na área em apoio ao Instituto Chico Mendes e a penalização dos responsáveis pelos crimes ambientais vai continuar.”
A Operação Terra Nova foi iniciada em maio, em cumprimento a duas decisões da Justiça Federal que determinam a retirada do gado criado ilegalmente na Flona Bom Futuro. Participam da operação, além de Ibama e ICMBio, a Força Nacional de Segurança, o Batalhão de Polícia Ambiental da Polícia Militar de Rondônia e o Exército Brasileiro.
No primeiro momento, os acessos à Flona foram controlados e os ocupantes foram notificados para a retirada dos rebanhos da área no prazo de 180 dias. Em junho o Ibama e ICMBio iniciaram as autuações dos responsáveis pelos desmatamentos criminosos no interior da Flona Bom Futuro. Até o momento foram cadastrados 67 autos de infração lavrados pelas equipes que trabalham na operação, o valor das multas aplicadas supera os R$ 34 milhões.
O ministro Carlos Minc esteve na área no início da Operação Terra Nova e acenou com uma proposta de desafetação da Flona, que seria transformada em duas unidades de conservação estaduais de uso sustentável e a parte menos antropizada, em uma unidade de conservação federal de proteção integral. A desafetação da unidade de conservação, contudo, depende do Congresso Nacional.
Uma possível desafetação da área de forma alguma exime os responsáveis pelos crimes ambientais praticados na área da punição prevista em lei.
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