Historicamente os movimentos sociais do campo tem desencadeado lutas para que o governo realize a REFORMA AGRÁRIA, mas a concretização não passa de pequenos remendos na política agrícola e agrária vigente naquele momento, sem que haja avanços em mudanças estruturais.
Os movimentos, diante da carência que vivem os trabalhadores rurais, se contentam com a criação de Projetos de Assentamentos em áreas conquistadas pelos trabalhadores, com precárias condições de infra-estruturas, sem assistência técnica, e pouquíssimos créditos para área social produtiva.
Diante deste consentimento os movimentos passam a arcar com um problema que é dos governos e a conviver com situações mais complexas, que são inúmeras famílias desassistidas e com maior grau de dependência e vulnerabilidade.
Diante desta situação gostaríamos de tratar de três pontos que achamos fundamental para compreendemos a situação e avançarmos no sentido de construirmos não mais a reforma agrária, mas sim a REVOLUÇÃO AGRÁRIA.
Primeiro, é que a questão tem que ser tratada como LUTA DE CLASSE, entendendo que o modelo de desenvolvimento desencadeado neste país é o projeto de uma classe que sempre viveu da espoliação, da exploração, do apoio do aparato do Estado e do uso da força das armas para se manterem como classe dominante.
Segundo, é que as transformações sociais como a REVOLUÇÃO AGRÁRIA e outras, não sairá pelo parlamento, esse antro de corrupção e de patifaria. Para quem ainda acredita em alguns parlamentares do PT, agora eles deixaram cair a máscara. Votaram no relatório de mudança do código florestal, em favor de fazendeiros e madeireiros: ZÉ GERALDO, MIRIQUINHO e BETO da FETAGRI.
Terceiro, se faz necessário entender porque tanto dinheiro para os projetos de mineração, siderúrgica, plantio de eucalipto e dendê, mas não tem dinheiro para os agricultores, responsáveis por 80% dos alimentos que chegam às mesas dos(as) brasileiras(as), todos os dias. Dos(as) que ainda comem, porque os 16 milhões de brasileiros(as) que estão na indigência não tem como adquirir alimentos.
No sul e sudeste do Pará a Vale vai investir este ano, em seus projetos de extração mineral (ferro, cobre, níquel, ouro e manganês) em torno de R$ 15 bilhões (QUINZE BILHÕES DE REAIS). Dinheiro que sai dos cofres públicos, do BNDES- Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, que na sua maior parte sai do FAT- Fundo de Amparo ao Trabalhador.
Os governos federal e estadual, para que a Vale implante a ALPA- Aços Laminados do Pará, em Marabá, vai dispor de quase R$ 2 bilhões(DOIS BILHÕES DE REAIS) para implantação de infra-estruturas. Em Barcarena vão ser aplicados, também dos cofres públicos em torno de R$ 3 bilhões(TRILHÕES BILHÕES DE REAIS), para exportar nossas riquezas.
Para avançarmos, termos que enfrentar o Estado e a classe oposta a classe trabalhadora, visíveis através dos empreendimentos e de grupos locais que servem de apoio e que também se beneficiam com o atual modelo. Temos que perder a ingenuidade de que exista um governo popular e, entender que apenas raríssimos parlamentares estão ao lado dos trabalhadores.
Zé Cláudio e dona Maria foram assassinados por defenderem a biodiversidade, José Batista Gonçalves, da CPT, será julgado dia 20 de junho, ameaçado de ter uma pena com prisão de 2 anos e 4 meses, por defender trabalhadores e movimentos sociais do campo e da cidade.
Não dá para esperar! A luta tem que endurecer agora, contra o modelo de desenvolvimento que se consolida na região, contra a sangria de nossos recursos naturais e contra latifúndio, em defesa do meio ambiente e da vida, e pela REVOLUÇÃO AGRÁRIA.
CAFAR - Coletivo Amazônia de Formação e Ação Revolucionária / FEAB - Federação
de Estudantes de Agronomia do Brasil / Movimento Debate e Ação /
CEPASP - Centro de Educação, Pesquisa e Assessoria Sindical e Popular
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