Editorial 22.09.2010
Há o dependente de álcool, chamado de alcoólatra; há o dependente de drogas, chamado de viciado e há o incompetente político que compra votos para ser eleito, chamado de político corrupto. O alcoólatra tem cura no AA; o viciado em drogas, sua cura está na fazenda Esperança; já o político corrupto não tem cura. Para o incompetente, a saída é a cadeia e não se votar mais nele, nunca mais.
O político corrupto é de fato uma erva daninha. A lei anticorrupção está em vigor, mas não assusta o candidato oportunista e politicamente incompetente. Ele é um dependente sem cura. Tanto é que uma pesquisa realizada há pouco tempo, revela que quase a metade dos eleitores conhece casos de compra de votos por candidatos a cargo público.
A justiça promete intensificar a fiscalização das campanhas políticas nos próximos dias, a ordem dos advogados promete agilizar os processos das denúncias que chegarem e os comitês anticorrupção prometem ir atrás das denúncias feitas por qualquer cidadão honesto que testemunhar uma compra de votos.
Mesmo assim, ainda se ouve falar que, numa certa comunidade daqui da região, um candidato prometeu doar um motor de luz, em troca de a comunidade entregar uma lista com 100 votos para ele, com os números de títulos. Ouve-se também que uma turma de concluintes de universidade escolheu um certo candidato para patrono da turma, incluindo o patrocínio da festa.
O grande obstáculo para se exterminar essa erva daninha, é que muitos eleitores são corruptos também, pois quem aceita tais favores em troca do voto é ladrão também e deve ser denunciado à justiça eleitoral. Enquanto não se eliminar essa praga da corrupção, a política brasileira será uma droga sem cura.
Daí a importância da lei do Ficha Limpa, mas que seja implementada inclusive pela justiça de primeira, de segunda e de última instância, a hoje mais suspeita de desvio da vontade do povo.
Edilberto Sena.
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