Após atentado contra cerca de 30 índios da etnia terena no último dia 3, em Miranda (MS), os principais líderes indígenas da região passaram a andar em grupo para tentar evitar novos ataques.
"A gente não anda armado, mas agora, se alguém quiser matar um, vai ter que levar outros quatro juntos", afirmou Lindomar Ferreira, 36, da aldeia Mãe Terra.
No início do mês, um ônibus escolar com um grupo de índios foi atingido por uma bomba caseira nas proximidades da aldeia Cachoeirinha, uma das seis que estão localizadas no território indígena com o mesmo nome.
Quatro pessoas ficaram em estado grave. Nenhum suspeito foi preso.
A Polícia Federal instaurou um inquérito para investigar o atentado, mas não há informações oficiais sobre as motivações para o ataque. Os índios, porém, o atribuem ao conflito agrário travado com fazendeiros.
Segundo o Cimi (Conselho Indigenista Missionário), ligado à Igreja Católica, a tensão vem aumentando desde 2007, quando o Ministério da Justiça assinou uma portaria que demarcou o território indígena com 36 mil hectares (equivalente a cerca de 230 parques do Ibirapuera).
O processo de demarcação foi parcialmente suspenso no ano passado graças a uma liminar do Supremo Tribunal Federal em benefício do ex-governador de Mato Grosso do Sul Pedro Pedrossian, que tem terras na região.
Para concluir o processo, faltam ainda o pagamento de indenizações aos fazendeiros, a demarcação física da área e a assinatura do decreto de homologação pela presidente Dilma Rousseff.
Fonte: Folha de S. Paulo
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