terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

MOÇÃO DE REPÚDIO CONTRA OS GRANDES PROJETOS HIDRELÉTRICOS NA AMAZÔNIA.

MOÇÃO DE REPÚDIO CONTRA OS GRANDES PROJETOS HIDRELÉTRICOS NA AMAZÔNIA
Os delegado (a)s do 29º CONGRESSO do ANDES-SN, realizado de 26 de janeiro a 01 de fevereiro de 2010, reunidos na cidade de Belém, estado do Pará, manifestam seu repúdio ao governo brasileiro contra os projetos hidrelétricos na Amazônia e denunciam as nefastas consequências desses empreendimentos para o ecossistema, como as usinas Hidrelétricas de Tucuruí no Pará, Samuel em Rondônia, Balbina no Amazonas e Estreito na divisa dos estados do Tocantins e Maranhão. A implantação desses projetos inundou milhares de quilômetros quadrados da floresta, o que resultou no remanejamento compulsório de milhares de pessoas, como povos originários, populações tradicionais, pequenos agricultores - moradores das áreas impactadas, que após serem obrigados a saírem de suas regiões são abandonadas, aumentando os bolsões de miséria nas periferias urbanas.
Nesse sentido, observamos, hoje, o rio Madeira e seus afluentes já começam a sofrer os impactos negativos da construção de duas novas hidrelétricas no estado de Rondônia - Santo Antonio e Jirau. No estado do Pará o projeto para a construção das usinas hidrelétricas de Belo Monte no rio Xingu, bem como de outros projetos de usinas no rio Tapajós, caso aprovados, resultarão em danos sócio-ambientais irreparáveis, o que, consequentemente, afetará inúmeras comunidades do entorno desses rios.
Cabe destacar que há previsão de se construir mais de quatrocentas usinas hidrelétricas na região, beneficiando o agronegócio e as grandes indústrias instaladas na região e, ao contrário do que a grande mídia tem divulgado, a população não será beneficiada com a redução do preço da energia. Nesse sentido apoiamos todos os movimentos sociais e populares que lutam contra os projetos que destroem o ambiente em favor do lucro, defendemos que os projetos a serem implantados na Amazônia, respeitem a vida da floresta e as culturas locais; que possibilitem a integração do conhecimento científico aos saberes tradicionais e os aspectos sociais, econômicos, políticos e ambientais da região; e que permitam a preservação de todo o bioma Amazônico.
           Assim, exigimos a imediata interrupção das obras das usinas no rio Madeira e a suspensão do processo de licenciamento das usinas de Belo Monte.

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