Para gerar energia será represada a maior parte do Rio Xingu em um trecho conhecido como Volta Grande, no Pará. Canais levarão a água até uma casa de máquinas, enquanto uma porção do rio ficará com o fluxo de água reduzido. (Foto: EIA-RIMA/Montagem Globo Amazônia)
Belo Monte: 'Não é possível apoiar processos que ameaçam a vida de comunidades tradicionais e destroem o meio ambiente', afirma a CNBB
Os bispos do Conselho Episcopal Pastoral da CNBB (Consep) emitiram uma nota na manhã desta quinta-feira, 25, em que manifestam apoio à posição dos bispos do Pará e do Amapá em relação à construção da usina hidrelétrica Belo Monte, no rio Xingu. “Manifestamos nossa grande preocupação ao saber que a licença prévia já foi concedida pelo IBAMA, permitindo o leilão para a construção e exploração da referida Usina”, dizem os bispos.
O Consep reafirma a posição da Igreja favorável a um desenvolvimento que respeita a vida e a participação das famílias atingidas na discussão de projetos com o da usina Belo Monte. “Lamentamos que órgãos governamentais, entidades e pessoas que se dizem de acordo com esses parâmetros, os neguem na prática, como ocorre nessa etapa que prepara a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte”, afirma a nota, que é assinada pela Presidência da CNBB.
De acordo com os bispos, “não é possível apoiar processos que ameaçam a vida de comunidades tradicionais e de outros habitantes da região e agridem, desrespeitam e destroem o meio ambiente”. Por isso, eles pedem a paralisação do projeto até que seja amplamente discutido com as comunidades tradicionais que sofrerão os impactos da obra.
“Esperamos que as autoridades brasileiras tomem as devidas providências a fim de que não tenha início a execução do projeto antes de proporcionar reais oportunidades para que as populações implicadas possam debatê-lo, apresentar suas propostas e tenham suas considerações respeitadas”.
A nota se encerra com uma manifestação de solidariedade ao bispo do Xingu, dom Erwin Kräutler e “ao povo que está lutando pelo respeito à sua vida e aos seus direitos”.
Nota da CNBB Aqui
Fonte: Eco Debate
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