sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

UFOPA: “universidade” promíscua

Vexatório! Foi o que aconteceu com a reitoria-do-mec da mais nova-velha universidade no dia 9 de fevereiro, último dia para os 1150 candidatos aprovados (não sabemos como) pelo ENEM se habilitarem ao primeiro funil-interno, a Formação Interdisciplinar I, mas conhecido como “Ciclo Básico”. Foram apenas 269 corajosos que se habilitaram e parece que estão dispostos a enfrentar o mostrengo modelo acadêmico imposto pela reitoria-do-Haddad – “Eu acho é pouco!”.

Não foi por falta de aviso, neste caso, críticas:

Logo no início um grupo de organizações denominado “Comissão Popular para a Nova Universidade” protocolou junto ao reitor-sem-eleição Seixas Lourenço um projeto intitulado “A Universidade que queremos”, mesmo ele negando direto, afirmando que o movimento não propõe nada. Nesse projeto já havia um posicionamento contra o ENEM e contra o modelo acadêmico que até agora continuam cegos para a sua ineficiência.
Em entrevista com o Professor da USP, Dr. Ariovaldo Umbelino, o mestre dizia quanto a esse modelo, mais especificamente na junção dos cursos de História com a Geografia: “... se isso acontecer aqui é lamentável, primeiro porque essa experiência durante os governos militares já foi tentada e se chamava ‘Estudos Sociais’ (...) na realidade, não será formado nem o Historiador e nem o Geógrafo; vai ser formada uma pessoa com um monte de conhecimentos que na realidade não respondem ao estudo da Ciência. Se aqui o que vai ser constituído é uma universidade pública, vocês não podem permitir em hipótese alguma que isso ocorra (...) Estão passando pra vocês um diploma de analfabetos, de analfabetos que fizeram um curso universitário”.
Quem acompanha essa novela (diga-se de passagem, tragicomédia é uma porcaria), hão de lembrar-se das grandes palestras, que pareciam verdadeiras aulas, da Professora Vera Jacob, com seus dados estatísticos precisos sobre o Ensino Superior; do Professor Aluízio Leal, desmistificando e descascando as verdadeiras intenções nesses modelos de universidade.
No dia 09/12/2009 fora realizada uma Audiência Pública, convocada pelo Ministério Público Federal de Santarém, realizada na UEPA (Ufa! Ao menos uma universidade mais ou menos neste texto). Foi mais uma oportunidade de esclarecimento para a sociedade. Mas ficou por aí, mais um evento que o reitor-ato-discricionário não compareceu e nem vai dar às caras. Querem ver como ele não foi o culpado e sim seus subordinados?
Agora é a própria sociedade esclarecida que diz: “Eu não entro nessa não. Tu é leso?”... E mesmo chamado pela reitoria-antidemocrática, diz não, e não se habilita para servir de cobaia a um modelo antigo e retrógrado. Quantas repescagens vão precisar? Por que achar que os estudantes não têm a capacidade de escolher seu curso antes de ingressar na universidade?
Até quando os tecnocratas vindos de fora e os que já aqui se encontravam, vão admitir que estejam certos, ou melhor, quando vão admitir que estão errados. Há uma resposta, não a única: até quando os estudantes permitirem! Lembremos desses professores, na batuta do reitor-não-eleito, logo estarão dizendo que não fizeram parte do projeto de desserviço à educação superior, envergonhados da lama em que se meteram.
UFOPA, quem te conhece, não se habilita.

Um comentário:

Anônimo disse...

Copiar um modelo de ensino de um país desenvolvido onde, talvez, as coisas funcionam direito, não quer dizer que vai acontecer o mesmo aqui na Amazônia, onde a situação é totalmente diferente, as pessoas têm consciência diferente, e as mentalidades,principalmente, são totalmente diferentes..... será mesmo que teremos o mesmo resultado?!?
Talvez as autoridades tão usando a região, e todos nós estudantes, como cobaias. Caso não funcione, o prejuízo não será grande, e será bem mais fácil de abafar, afinal quem vai fazer alguma coisa contra tudo isso?!?
E nós aqui na Amazônia, que estamos tentando seguir um rumo e ter uma profissionalização digna de concorrer no mercado de trabalho, como ficamos?!?! Perdemos duas faculdades mais ou menos, por uma que nem mais ou menos é...
Não se pode admitir que pessoas de outros lugares decidam o que fazer com nós daqui... começando pelo reitor que não foi nem eleito...
esse sistema é um desrespeito com a população do oeste do Pará. No entanto,muitos nem tem consciência disso, por isso que é fácil dar continuação a esse processo.
O desastre já começou. As repescagens vão continuar até preencher todas as vagas (talvez mais umas cinco chamadas)... sem falar, que todos entram na universidade com um curso definido. Perder tempo com ciclo básico e institutos é desqualificar os profissionais em formação, afinal as cargas horárias especificas são substituidas por matérias de outros cursos.... e assim vai.
E o objetivo de diminuir o número de desistências gerará, como consequência, o contrário..... afinal, quem não consegui o curso que queria, terá que fazer todo o processo novamente, ou seja, mais tempo será perdido..... "que porra!"
Fim a esse sistema. Eu como caloura da UFOPA, farei o possível para que essa bagunça mude, se é que isso vai ser possivel. :/