Na segunda-feira (22/03) podemos considerar que iniciaram de fato as atividades acadêmicas na mais “nova-velha” universidade do oeste do Pará, a UFOPA, com direito à Aula Magna (nessa o “Reitor” estava presente).
Não é de hoje que a Comissão Popular, movimento social crítico ao modelo dessa universidade, vinha alertando o processo conturbado que a comunidade acadêmica passaria e/ou permaneceria. Contudo, não era necessário ser Profeta ou Advinha para acertar na previsão, bastava olhar no comando interno e externo que se formara e o processo de implantação dessa universidade.
Agora a Caixa de Pandora foi aberta e todos os males vieram à tona pelos quatro, cinco, seis... cantos do Campus:
- Eu liguei para faculdade solicitando informações se haveria estacionamento aqui; não souberam me dizer. Na verdade nunca sabem de nada.
- Licença! Vocês sabem onde é a Sala de Pedagogia? – Acho que é pra lá.
- Menina eu tirei até minha aliança pra chegar aqui. Deus me livre! – E eu estava morta de medo que meu carro quebrasse nesse escuro.
- Pode um absurdo desse: um prato de vatapá, três reais? Vão roubar os presos! – E a cópia que já é dez centavos.
- Pessoal, quando vocês forem me avisem, tá? Não quero andar só por aqui.
- Égua! A parada de ônibus é longe pra caramba.
- Vocês estão é com sorte que aqui não tinha nem bebedouro.
- Ah! Não tô nem aí, eu tenho carro mesmo.
- Gente, não tem ninguém pra dar uma informação aqui? – Diga, senhora! – É que eu queria saber onde é a Sala de Letras. – Fale com aqueles guardas, eles têm telefone e rádio, qualquer coisa eles entram em contato com o Campus I.
- Até aqui a central de ar tá quebrada. Vá porra!
- Agora ficou melhor pra ti, ficou mais perto da tua casa. – Não me preocupo com meu bem estar, prefiro que a universidade seja lá na Avenida Fernando Guilhon.
- Só esses três policiais? – Eu tenho mais medo desses do que dos “gangueiros”.
- Rapaz aqui dá de rolar um reggae bacana.
- E por que ninguém avisou a gente que já éramos UFOPA? (risos)
Chegamos ao cúmulo já no início, diante das acusações e “apedrejamento” de faculdade pra faculdade; acadêmicos pra acadêmicos: – Essa turma pegou a nossa sala! E ainda não perceberam que há um inimigo comum: a casta dos que planejaram sem democracia essa universidade e agora assistem as consequências de camarote.
Já inauguraram as assembléias-ouvidorias. Os autores foram os acadêmicos de Física “Ambiental”, porém estavam reclamando apenas do espaço para sua faculdade e seus laboratórios (nessa o “Reitor” estava ausente).
– E quando a Letras precisar reivindicar vocês irão ajudá-los?
Será que haverá um movimento estudantil coletivo de fato, deixando de lado as demandas individuais? Será que sempre haverá a subserviência das faculdades à “Reitoria”? Será a vez dos universitários grevarem? Chegou o momento do estudante não vir apenas estudar, mas ser Estudante.
– Mas parece que esses alunos são acadêmicos masoquistas: sentem prazer sofrendo na universidade.
Laurimarcio Figueira
(Membro da Comissão Popular)
Um comentário:
Te prepara Laurimárcio, porque esse ano é de eleição. E como em todo ano de eleição movimento estudantil em Santarém desaparece, se aparece e para fazer campanha. A preocupação é outra (é eleger), o bem-estar da UFOPA fica pra depois.
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