A Eletronorte, junto com sua empresa hierárquica Eletrobrás, por força de compromissos do Ministério das minas e energia com interesses contrários aos interesses dos povos da bacia do rio Tapajós, publica informações falaciosas que podem ser aceitas por desinformados e moradores distantes da região cobiçada pelo Ministério das minas e energia para gerar energia limpa, no dizer do presidente da república, limpa na distribuição, mas desastrosa na fonte, justamente o a bacia do rio Tapajós.
Duas, entre outras falácias têm sido repetidas pelo governo e agora na pessoa do sr. Mauríco Tomasquin, presidente da EPE. São elas: "São Luiz está em área de conservação ambiental, mas não há grandes comunidades indígenas..." e a outra: "Ele espera dificuldades menores para aprovação dos novos projetos, pois muitos deles seguirão o conceito de usina plataforma, que reduz os riscos de desmatamentos." Duas afirmações ditas em notícia ao estado de São Paulo em 11.04. 2010 e citada pelo IHU Unisinos em 11.04.2010. Para desmascarar as duas falácias do representante do governo federal que obstinadamente decide construir mega hidrelétricas contra todas as provas de pesquisadores e moradores daregão em contrário a elas por serem desastres econômicos, sociais e ambientais para a Amazônia, vamos aos dados contraditórios:
a) A população indígena Munduruku na região do Tapajós - atualmente são 105 aldeias espalhadas pela mundurukânia, ver no mapa do Estado do Pará. São calculadas 15.000, isso mesmo, quinze mil pessoas Munduruku habitando a região, que o subalterno do Ministério das Minas e Energia graciosamente afirma serem sem "grandes comunidades indígenas...". Ou ele desconhece a realidade ou está de má fé iludindo, os que acreditam que as cinco ou sete usinas na bacia do Tapajós serão inofensivas. É preciso muito desrespeito aos direitos humanos, não só dos indígenas, mas de todos os ribeirinhos que têm uma vida e cultura dependente do rio e da floresta que serão prejudicados, caso venham a ser construídas as desastrosas hidroelétricas;
b) O tal conceito plataforma na construção das hidroelétricas no Tapajós apregoadas pela Eletronorte como o novo ovo de Colombo. Outra falácia para inglês ver, como se diz aqui na região. Basta conferir. Conforme ilustra o filme propaganda enganosa da Eletronorte (que dizem que o presidente mandou tirar 130 cópias e exigir que as embaixadas brasileiras divulgassem mundo afora), que as hidroelétricas, se forem construídas, seguirão um esquema como as plataformas da Petrobrás em alto mar. Ora, sabe-se que a maior plataforma da Petrobrás cabe 150 funcionários trabalhando dentro dela, sendo revezados periodicamente. Na construção de uma das barragens, em São Luiz do Tapajós serão empregados, segundo o documentário da empresa, 25 mil trabalhadores. Imaginando na melhor das hipóteses que haja 4 turnos em revezamento, seriam turmas de 6.300 em cada turno. Como a empresa irá transportar esse contingente para lá e outro para cá a cada turno? em helicópteros? De avião boing? de navios? de que tamanho seriam esses navios? Pois, a Eletronorte em seu documentário falacioso afirma que não terá canteiro de obras para não prejudicar o meio ambiente. Ainda o pessoal "especialista" do ministério garante que logo após a conclusão da obra a floresta será recuperada totalmente... Só quem não conhece a floresta amazônica pode dizer uma bobagem dessas. Mas quem nasceu e vive aqui sabe que caso o governo bata o pé e arbitrariamente enfie goela abaixo as usinas de belos Monte a as cindo outras na bacia do Tapajós, está cometendo um crime irreversível contra as populações da Amazônia, contra o equilíbrio climático do planeta tudo para servir a interesses meramente economicistas do crescimento econômico do Brasil de lá em grave detrimento do Brasil de cá.
Os brasileiros e brasileiras precisam saber que o governo federal está violentando direitos humanos e ajudando a destruir a Amazônia. É falso dizer que todo progresso tem um preço e é preciso avançar para sermos a quinta maior economia do mundo,mesmo que para isso se esmague os povos da Amazônia.
Padre Edilberto Sena, membro da Frente em Defesa da Amazônia em Santarém, Pará
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Eis o Artigo:
Após Belo Monte, o próximo grande projeto hidrelétrico previsto é São Luiz do Tapajós, no Amazonas. Com potência total de 3.136 megawatts (MW), o projeto faz parte da lista de 19 aproveitamentos hidrelétricos na Amazônia Legal incluídos na segunda fase do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2). A expectativa do governo é que o leilão de São Luiz seja realizado no ano que vem.
A notícia é do jornal O Estado de S. Paulo, 11-04-2010.
"A Amazônia tem 66% do potencial hidrelétrico ainda não aproveitado no País. É natural que os principais projetos sejam lá", diz o presidente da Empresa de Pesquisa Energética, Maurício Tolmasquim. Ele espera dificuldades menores para aprovação dos novos projetos, pois muitos deles seguirão o conceito de usina plataforma, que reduz os riscos de desmatamentos.
Esse é o caso de São Luiz do Tapajós e de outras nove usinas incluídas no PAC 2 - duas delas em Mato Grosso e o restante na Amazônia. São Luiz está em área de conservação ambiental, mas não há grandes comunidades indígenas - um dos principais entraves a Belo Monte. Ainda este ano, Tolmasquim espera levar a leilão 13 usinas hidrelétricas, a maioria nos rios Parnaíba, no Nordeste, e Teles Pires, em Mato Grosso. Ao todo, terão capacidade instalada de 4.586 MW.
O crescente número de hidrelétricas, diz, vai reduzir ao mínimo a necessidade de operação de térmicas a óleo no País. No plano decenal que será lançado em breve, a EPE vai indicar que, em 10 anos, as térmicas a óleo combustível vão gerar apenas 7% de sua capacidade instalada. No caso das usinas a diesel, a taxa será ainda menor: 1%.
Fonte: IHU - Instituto Humanitas Unisinos
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