quinta-feira, 29 de novembro de 2012

O “Exército de Reserva” e Belo Monte


Foi na fase do capitalismo industrial na qual Karl Marx identificou que a economia capitalista necessita para sua manutenção de um “exército de reserva industrial”, uma reserva de trabalhadores pobres que serão usadas ao bel-prazer do dono do capital, na medida em que tenham que ser substituídos.
Podemos indicar alguns dos motivos pelos quais os trabalhadores são substituídos: quando não mais satisfazem os critérios impostos pela estrutura da indústria/empresa; quando não conseguem, fisicamente, exercer seu labor; quando apresentam divergências ideológicas às do patrão ou quando reclamam seus direitos trabalhistas, tornando-se funcionários abomináveis às intenções lucrativas do empresário.
E a construção da Usina de Belo Monte é emblemática para relacionar às observações de Marx.

As últimas reivindicações dos trabalhadores fizeram com que muitos se desligassem do quadro funcional. Alguns foram espontâneos, por não suportar mais os desrespeitos; outros compulsoriamente, por tornarem-se empecilhos à construção.
A princípio a empresa perderia com essas saídas, mas a desigualdade entre classes sociais é primordial para a manutenção do próprio capitalismo. A pobreza gerada, também, a partir do desemprego impulsiona que a fila do exército de reserva ande. E sempre haverá, neste sistema, a pobreza para que, assim, trabalhadores submetam-se a trabalhos humilhantes, como Belo Monte. São essas forças de trabalho que estarão concretizando os impactos ambientais gerados para sua geração e para as futuras.


Trabalhadores esperando transporte para Belo Monte

É o que representa a imagem (foto): trabalhadores que foram selecionados por uma empresa em Santarém à serviço do Consórcio Belo Monte, partindo da mesma cidade.
E o que os espera por lá? Obviamente, será o que ocorreu e ainda ocorrem em todas as construções de hidrelétricas: no mínimo, os desrespeitos pelos direitos trabalhistas; pressão psicológica; repreensão e um mínimo salário.

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