quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Bunge com "sede" de Usinas!


Uma das maiores processadoras de alimentos do país, a Bunge Brasil anunciou nesta quinta-feira um investimento de US$ 2,5 bilhões (R$ 3,95 bilhões) em aumento de capacidade de produção de açúcar, etanol e energia elétrica.

Cerca de 55% desse total será destinado à parte agrícola: plantio e renovação de canaviais, aquisição de máquinas, entre outros.

O anúncio acontece um dia depois de a Petrobras --em meio a críticas sobre a falta de capacidade do setor de atender a demanda pelo etanol-- divulgar investimentos de R$ 520,7 milhões em Goiás em parceria com o grupo São Martinho.

Desde a crise de 2008, praticamente não foi feito nenhum grande investimento em plantio e ampliação de capacidade no setor. A crise pegou diversas usinas com alto endividamento, e muitas entraram em recuperação judicial ou foram vendidas.

O plano de investimentos da Bunge, anunciado pelo presidente e CEO da companhia, Alberto Weisser, em reunião de duas horas com a presidente Dilma Rousseff e o ministro de Minas e 
Energia, Édison Lobão, em São Paulo, compreende os anos de 2012 a 2016.

Ele deverá ampliar em 50% a capacidade de processamento de cana-de-açúcar das oito usinas do grupo de 21 milhões de toneladas para 30 milhões de toneladas.

Segundo o presidente da Bunge Brasil, Pedro Parente, os investimentos em plantio e renovação de canaviais deverão acompanhar a ampliação da capacidade de moagem.

FALTA DE CANA

Atualmente, as usinas operam aquém da capacidade por falta de cana. "Os investimentos que estamos fazendo neste ano já nos permitirão alcançar a capacidade atual de moagem."

Entre expansão de novas áreas e renovação de canaviais, só em 2011 serão 70 mil hectares, dos quais 50 mil hectares de área própria. Mesmo com esse investimento, Parente não descarta a possibilidade de importar etanol de milho das usinas do Grupo Bunge nos EUA.
Segundo o executivo, a ampliação de capacidade até 2016 visa atender o mercado doméstico, mas também poderá ter como destino o exterior.

"Temos flexibilidade de atuar nas duas pontas, exportando ou importando, de acordo com a necessidade de cada mercado", diz Parente.

No encontro de ontem à tarde, Parente diz que a presidente Dilma demonstrou preocupação em manter um suprimento regular de etanol para não abalar a confiança do consumidor.

COGERAÇÃO

O investimento anunciado elevará em seis vezes a produção de cogeração de energia do Grupo Bunge. Quando estiver em plena capacidade, a energia gerada será capaz de atender a demanda de uma cidade de 4 milhões de habitantes.

Hoje, a Bunge consome cerca de 700 GWh por ano em suas operações. A intenção é tornar-se autossuficiente até 2014 e comercializar o excedente.


Fonte: Folha de S. Paulo

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