segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

SINTEPP e PM: uma relação sadomasoquista?

Espantoso! Os servidores da educação pública do Pará, leia-se Coordenação Estadual, lançaram uma nota de “solidariedade aos políciais militares e bombeiros do Pará” http://www.sintepp.org.br/v2011/noticias/index.php?id_noticia=124, em seu sítio, quando estes estavam em greve no dia 19/01/2012.

Recordamos bem quando a Polícia Militar utilizava de seu poder de espancador para rechaçar os protestos dos servidores da educação nas suas manifestações de greve http://www.youtube.com/watch?v=tXbxwetRFU8. Sendo que em ambas as greves (SINTEPP e PM) questionavam prioritariamente reajustes de seus proventos, não simplesmente contra um governo passageiro, mas contra um Estado.

Será conveniência, então? Já que os PMs grevam no governo Jatene, então o SINTEPP quer se unir a eles para derrotar o governador?

Nessa nota de solidariedade o SINTEPP manifesta seu “incondicional apoio” à greve da Polícia Militar e dos Bombeiros. Ser incondicional significa “sem restricões”, nesse caso, não importando o que tenham feito entre sí, neste governo ou no outro.

Assim como ainda estão na ativa os que sofreram agressão pelos PMs, também estão na ativa os agressores e mesmo assim não houve consideração pela Coordenação Estadual com seus pares.

É espantoso, mas ao mesmo tempo compreensível, já que diversos professores desfilam ignorantimente com seus alunos no 7 de Setembro...

Duas categorias, duas medidas? Ou, uma categoria masoquista e a outra sádica?



Um comentário:

Ib Tapajós disse...

Não podemos perder de vista que os policiais militares e os bombeiros são, antes de tudo, TRABALHADORES.
Apoiar o movimento grevista que eles realizaram este ano é, portanto, uma demonstração de solidariedade de classe por parte do SINTEPP.
É óbvio que precisamos repudiar as ações truculentas da PM, realizadas não apenas no Pará, mas em todo o Brasil, a exemplo do massacre na ocupação do Curralinho em São Paulo neste domingo. Assim como repudiamos a repressão da Polícia sobre as greves dos educadores nos últimos anos, com spray de pimenta, agressões físicas e coisas to tipo.
No entanto, a greve dos militares deste ano é um movimento progressista, que luta por condições dignas de trabalho e remuneração, questionando a política nefasta do governador Simão Jatene, do PSDB.
Não apoiar esse movimento é demonstração de uma miopia política terrível, semelhante à posição de alguns setores do movimento estudantil que se manifestaram contrários à greve dos bombeiros do Rio de Janeiro em junho de 2011 - greve que foi, sem dúvida, o movimento político-social de maior relevância e amplitude ocorrido no país no ano passado.
Todo apoio à luta dos TRABALHADORES, dos professores, bombeiros e TAMBÉM dos policiais militares!
Ib Sales Tapajós
Coordenador geral da UES