sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Editorial 20.01.10

A situação no presídio de Cucurunã está ficando cada vez mais complicada, um beco sem saída. Que por sinal, é um retrato menor da situação de todos os presídios do Brasil. Estão se repetindo com mais freqüência as rebeliões e fugas de presos. Quando agora o Estado transporta oito deles revoltados para Belém, apenas tapa o sol com a peneira. Afinal, Belém tem situação mais grave em se falando de presídios. Os oito revoltados de Santarém perderam a paciência, por um motivo bastante simples e justo. Queriam a liberdade para respirar. O fato de serem criminosos e terem sido condenados, não lhes pode ser tirado o direito de serem tratados como pessoas. Acontece que o presídio de Cucurunã tem capacidade para 360  presos e a atual lotação está em 532 condenados. Como podem eles se acomodar nas celas se estão amontoados, com excesso de 172 presos? Dizer que não merecem compaixão, que podem comer qualquer comida mal feita e dormir como animais em jaulas, é desumano e viola os direitos universais. Transferindo 08 condenados de Santarém para Belém, apenas diminuem o excesso de moradores do presídio de Cucurunã em 164 pessoas.
Os responsáveis do presídio apenas se livram de oito incômodos, mas logo virão outros revoltados. Afinal, a causa maior da revolta não é apenas um defeito de personalidade, mas também uma falta de solução para o excesso de presos no presídio, pois uma das principais causas de tantos criminosos da região é a desigualdade social. Daí vem o desemprego, a falta de uma educação de qualidade; por isso que o excesso de criminosos em presídio não é só em Santarém. Isto sem falar de que grande número de criminosos corruptos e mandantes de crimes não estarem nos presídios. Tudo isso causa revolta nos que ficam amontoados em Cucurunã em todas as prisões do Brasil.

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