sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Editorial 11.01.2010

Crescimento econômico ou desenvolvimento humano?

O presidente da República travou uma guerra com o presidente da Multinacional Vale do Rio Doce por causa da instalação de uma usina siderúrgica em Marabá, no Pará. Dizem uns que o da República ganhou a parada e a Vale vai construir sim, a siderúrgica em Marabá. Eis agora outro grave desafio: uma usina
siderúrgica carece de intensivo calor para transformar o ferro bruto em aço e outros derivados. Essa energia virá, ou com queima de madeira, o que será um desastre ambiental pela destruição de floresta, ou com uso intensivo de energia elétrica, que viria da futura usina de Belo Monte, outro desastre ambiental, econômico e social.

Esta é uma das razões por que os dois Ministérios Públicos: o Federal e o Estadual estão com muito cuidado e exigem mais estudos de impactos antes de serem iniciados os dois grandes projetos. Outra grande questão que leva a se duvidar desses grandes projetos é: quem mesmo sai lucrando com a siderúrgica e com a usina de Belo Monte?

O presidente da República quer o crescimento econômico a todo custo; o presidente da Vale quer lucro e mais lucro a todo custo; o Estado do Pará tem as duas grandes fontes de lucro e de crescimento: a energia
elétrica abundante e os minérios abundantes. Mas, e os 7 milhões de paraenses, o que é que ganham?

O Estado do Pará é um dos mais atrasados em desenvolvimento humano no Brasil. O funcionamento da Cosampa em Santarém sucateada é só um exemplo; a precariedade do hospital regional no Oeste do Pará é outro, a falta de asfaltamento na maioria das estradas estaduais na Calha Norte é mais outro exemplo do atraso em desenvolvimento humano.

E aí se pergunta o que é importante: crescimento econômico, riqueza da multinacional Vale do Rio Doce, ou melhoria da qualidade de vida dos paraenses? Crescimento econômico ou desenvolvimento humano?

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